sábado, 23 de novembro de 2013

A Menina Que Roubava Livros, Markus Zusak


Autor: Markus Zusak
Ano: 2007
Editora: Intrínseca
Páginas: 480
ISBN: 978-85-98078-17-5
Sinopse: A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público.

Para começar, eu terminei de ler esse livro semana passada depois de passar longos dois meses enrolando essa leitura (foi o livro que mais demorei a terminar) e até agora eu não sei porque, visto que a história é fantástica e emocionante. E sim, eu devo ser uma das únicas atrasadas que ainda não tinha feito isso.

Confesso que não sei como escrever essa resenha, se sigo um caminho mais técnico ou um mais emocional. Porque das duas maneiras o livro me tocou, principalmente na última. Mas vou tentar fazer meu melhor.



O livro conta história da pequena Liesel Meminger, que é levada para morar com os seus pais adotivos, Hubermann, por ter uma mãe comunista em pleno período da Alemanha Nazista. Lá ela faz vários amigos, entre ele Rudy Steiner, pai e a mãe Hans e Rosa Hubermann, o judeu Max Vandenburg, mas principalmente os livros que ela começa a furtar, sendo primeiro o Manual do Coveiro, adquirido antes de chegar a Rua Himmel, quando seu irmão é enterrado. Numa época onde as palavras têm o poder de transformar os pensamentos e guiar uma nação, Liesel faz delas o seu maior tesouro.

Eu chorei, eu ri e tive raiva, sofri e apreciei cada parte do livro. Posso até demorado, mas entre os longos períodos eu não tirava essa história da minha mente. O fato é que, mesmo com a nossa narradora anfitriã e carismática, A Morte, eu achei o começo um pouco monótono e cansativo. Não por causa da escrita, mas é que quem lê esse livro tinha que ter em mente que não é uma história de movimento, e sim uma trajetória da vida de Liesel, que em muitos pontos, não é tão empolgante. E eu gosto de movimento. Mesmo assim, a partir do momento em que eu cheguei à metade, a curiosidade venceu e me envolveu de modo que eu queria saber o que ia acontecer com os personagens. A narradora nos leva a perceber que a história não caminha para um desfecho completamente feliz, principalmente quando ela nos revela lapsos do final, quebrando o mistério e aguçando a nossa curiosidade.

Os personagens são os pontos mais importantes do livro, que apesar de ser narrado pela morte através do diário de Liesel, são bem explorados e jamais esquecidos por ela. Vemos as suas histórias caminharem juntas e individualmente para o final. Liesel é tão esperta e decidida para a sua pouco idade, que é impossível não se ligar a ela. Rudy ao contrário é impulsivo e teimoso (ora, mas os dois são) ao passo em que é afetuoso, atencioso e ingênuo. Hans é o pai de Liesel e também seu cúmplice, visto que ele acoberta suas "traquinagens" da mãe Rossa Hubermann, que por baixo da ignorância rudeza, é uma mulher forte que carrega um grande coração. Mas quem eu realmente amo, e assim como a Liesel, morria de vontade de cuidar e proteger é Max. Não conseguia me imaginar perdendo esse personagem para a narradora.

 E o que foi o final? Eu passei mais de horas madrugada a dentro chorando e pensando nele. Muito triste, sofri como se eu fosse a própria Liesel. E ainda fiquei com um dúvida, que deve ter atingido a muito sobre o último capítulo do epílogo, sobre um certo casamento. Mas não darei spoilers.

Enfim, se você ainda não leu, não perca tempo. Esse é sim um dos maiores clássicos da atualidade e merece ser lido em algum momento da vida.

escrito por Camila Nyx

5 comentários:

  1. Ler essa resenha me deixou um tanto deprimida.
    Eu me apaixonei pelo autor com esse livro e acabei de ler um outro que olha...
    Nunca dei uma avaliação tão baixa para um livro!
    To meio sem chão agora... honestamente.
    Beijos, Paula
    http://www.interacaoliteraria.com/

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    1. Só em olhar as sinopses dos outros livros do Markus, já dá pra ter uma noção que nada se compara a esse livro. Ele consegue ser muito perfeito e tocante.

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  2. Eu tbm demorei pra ler esse livro, mais que vc, demorei anos pra pegar de novo. E acho que foi uma escolha sábia ler mais tarde, acredito que a leitura estava esperando o tempo correto, pois ele me tocou muito, chorei horrores como uma criança hahah
    Livro que recomendo pra todos <3

    beijos
    Bia - www.livredujour.wordpress.com

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    1. Pois é Bia, eu também vejo que todo o tempo que eu demorei pra ler esse livro foi fundamental pra perceber o valor dele. Acho que de certa forma não é pra ser uma leitura corrida, mas sentida em cada página. Enquanto eu lia, pensava, por mais que demore eu nunca vou abandoná-lo de vez. E não me arrependi. mesmo! =)

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  3. Oi Camila, ótima resenha!
    É impossível não se emocionar com esse livro, a história é muito comovente.
    Estou ansiosa para ver o filme e ver se ele é tão bom quanto o livro.
    Beijos!
    Monomaníacas por Livros

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