quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Resenha: Querido e Devotado Dexter, de Jeff Lindsay






Autor: Jeff Lindsay
Serie: Dexter
Editora: Planeta do Brasil
Ano: 2009
Páginas: 256
ISBN: 9788576654704
Sinopse: O serial killer mais adorado do país está de volta. Em Querido e devotado Dexter, um novo assassino em série assusta as ruas de Miami tanto pela técnica quanto por sua ousadia. Perturbado, Dexter se vê obrigado a deixar o disfarce de bom moço de lado para percorrer um caminho instigante, no qual por vezes se confundem caça e caçador.
Esse é o segundo livro de Dexter, que inspirou a série de televisão homônima. O famoso protagonista trabalha na polícia, mas desde cedo seu real ofício é liquidar os serial killers, sempre camuflado e sem levantar suspeitas.

Essa resenha faz parte do desafio 3 Meses 15 Livros #Livro 2
  

“Dentro de duas noites eu, finalmente, libertaria o Passageiro, assumiria meu verdadeiro eu e jogaria o figurino manchado de suor do Querido e Devotado Dexter na caixa de roupa suja.”


A resenha de hoje trás mais um livro com um dos meus personagens preferidos na atualidade. Querido e Devotado Dexter é o segundo volume da serie escrita opr Jeff Lindsay sobre um dos serial-killers mais queridos da contemporâneidade, Dexter. Nesse livro o inimigo é tão cruel, que intriga o próprio protagonista.

Bem, depois dos acontecimentos do livro anterior, Dexter aparece no primeiro capítulo numa cena pacata, onde brinca de pique esconde com os filhos de Rita, sua namorada, e os amiguinhos dele à luz de uma linda e sorridente lua cheia. Até aí você poderia dizer “E qual o problema nisso?”, se não fosse pelo fato de estarmos falando de Dexter. Afinal, em noites assim, esse agradável homem cede espaço para que o seu Passageiro das Trevas que prefere sair por aí brincando com lâminas afiadas que cortam corpos de outros assassinos perversos. Imadiatamente ele faz um retrocesso onde tomamos conhecimento de seu infeliz dilema.

Dexter sempre teve muita facilidade em despertar simpatia nos outros, mas como em toda regra há uma exceção, o sargento Doakes nunca foi com a cara dele. E Dexter desconfia que isso pode ser porque eles têm muito mais em comum do que aparentam. O fato é que Doakes começa a seguir Dexter, e isso o impede de deixar seu Pasageiro das Trevas fazer uma visita especial a um certo fotográfo que andou fazendo coisas muito feias. Na esperança de conseguir despistar o seu novo guarda-costas, Dex começa a tentar uma vida o mais pacata possível, frequentando a casa da sua namorada frequentemente.Bem, a questão é que mesmo depois de algumas semanas Doakes permanece irredutível no seu posto de vigia.
“E lá estava eu. Ali e não lá. Revirando no sofá em vez de dançar na escuridão da noite. Usando a máscara entediada de Dexter Doméstico, em lugar do brilho prateado do Soturno Vingador.”
Mas o destino parece dar uma chance de Dexter se livrar dessa encrenca quando a polícia encontra uma pessoa pessoa mutilada, sem os membros, língua, dentes e pálpebras, uivando de dor que bem preferiria estar morta. O crime assusta a todos os presentes, e eu poderia dizer que até o próprio Dexter, mas obviamente, ele não tem emoções humanas. Mas o crime lhe desperta algo próximo a isso. Logo ele percebe que Doakes pode saber mais sobre o assassino do que aparenta. Com a chegada de um investigador de Washignton que proibe a polícia de Miami de se envolver no caso, mas que chama Deborah, a irmã de Dexter, a ajudá-lo, Dexter se vê a possibilidade de descobrir mais sobre monstro e consequentemente, sobre o envolvimento de Doakes nisso. Quem sabe assim ele não se livra de sua sombra indesejada para enfim aproveitar melhor a próxima noite de lua cheia.
“Não conseguia imaginar como fora possível fazer isso sem matar o paciente. Revelava uma cureldade que fazia pensar se o universo era mesmo uma boa ideia. Perdoem-me se soa hipócrita vindo de mim, mas eu sabia muito bem quem eu era, e não era nada parecido com isso.”
Bem, eu não planejava ler Querido e Devotado Dexter imediatamente, mas quando dei uma rápida lida no primeiro capítulo não consegui parar mais. Neste livro Dexter se consolida como um dos meus personagens preferidos., afinal, o personagem é o ponto do livro. E aqui ele está com um humor mais cítrico e negro. Todo o fato de não poder terminar o trabalho que começou por causa de Doakes o deixa muito frustrado. Em todas as páginas há uam tirada engraçada, uma piada carregada de ironia e todo o humor negro, que dá todo o charme ao personagem. As relações “humanas” do Dexter também chamam a minha atenção no personagem. Ele insiste em dizer que não sente emoções humanas e que é um monstro, mas é só olhar para a relação que ele tem com a irmã e os enteados que você acaba se questionando se o que ele sente não seria empatia, carinho ou até mesmo amor.
“Querido Finado Dexter, tanto potencial, tantos viajantes obscuros ainda a dissecar, tragicamente desaparecido no flor da juventude! Ai de mim, Passageiro das Trevas, eu o conheci bem. E o pobre rapaz estava prestes a casar.”
Falando em Deborah, fiquei tão feliz por ela ter crescido um pouco mais nesse livro. Debb é carrancuda, nervosinha e parece viver com aquela “cara estranha de peixe”, e por isso chega a ser tão engraçada quanto Dex. E vê-la apaixonada sem perder a linha durona foi muito legal. Além, é claro, dela estar mais envolvida na trama deste livro e com mais destaque do que no livro anterior.
“Sempre eu. Não sou uma boa pessoa, mas por alguma razão, era sempre a mim que eles procuravam com seus problemas. Oh, Dexter, um montro selvagem e inumano sequestrou meu namorado! Dane-se. Também sou um monstro selvagem e inumano, será que não tenho direito a um pouco de descanso?”
E esse avanço não aconteceu só com a Deborah. Doakes também ganha um certo destaque, embora ainda menos explorado do que poderia ser, e nos faz nos questionarmos se ele também não carrega um Passageiro das Trevas com ele. Mesmo sendo uma espécie de pedra no sapato do Dexter, ele acabou me despertando certa empatia no decorrer da história. Espero que o Lindsay desenvolva mais a trama para esse personagem.

Sobre a trama desse livro: simplestmente fantástica! Gostei muito mais dos fatos encontrados aqui, do que no livro anterior. Primeiramente, os crimes, que não chegam a ser assassinatos, são assombrosos. E isso é mérito do Doutor Danco, afinal, é ele quem está por trás de tanta crueldade. Ele simplesmente multilava suas vítimas, tomando cuidado para mantê-las vivas, deixando-as e inutilizadas. Qualquer um pensaria que a morte seria melhor do que aquele destino. O mistério todo fica mais envolvente e a corrida contra o tempo para salvar a próxima (ou próximas) também é angustiante. Sem contar que as tramas secundárias, como o probleminha de Dexter não poder ir atrás da sua vítima e o consequente noivado dele com Rita acrescentam momentos de engraçados à história.
“É claro que era uma coisa horrível, e o mundo seria um lugar muito melhor sem alguém capaz de fazer aquilo, mas por isso tínhamos de ficar sem almoço? Não tínhamos de manter nossas forças para capturar o sujeito?”
Enfim, Queirdo e Devotado Dexter é uma excelente pedida para quem gosta de romances policiais com protagonistas marcantes e regados de suspense e humor.

4 comentários:

  1. Oie, tudo bom?
    Como gosto de romances policiais, tenho vontade de ler os livros do Dexter. Não acompanhei a série televisiva, mas tenho uma ideia da proposta da narrativa. Pelo visto o livro te surpreendeu e isso é muito bacana.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Aline! Eu também não cheguei a acompanhar a serie televisiva totalmente, mas dizem que ela é bem melhor que os livros. Não sei, mas eu realmente gostei dos livros. Dexter é aquele tipo de personagem diferenciado.

      Excluir
  2. Eu AMO dexter, tenho as 2 primeiras temporadas em DVD, agora NECESSITO do livro!
    Beijos, Tabatha
    http://aproveiteolivro.blogspot.com.br/
    PS: estou seguindo *--*

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois leia sim. Costumam dizer que a serie é melhor que os livros, mas pelo pouco que assisti da 1ª temporada, eu não sei se o caminho é bem esse. Prefiro tratar como veículos diferentes, com encantos diferentes. E é muito engraçado conhecer a mente do Dexter nos livros. Ele é fantástico.

      Excluir